DESCRIÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DE FUGA E ESQUIVA NAS RELAÇÕES CONJUGAIS

JANUÁRIO, Vanuza de Azevedo, PEDROSO, Reginaldo

A literatura aponta para a análise do comportamento como uma ciência que nos últimos cinquenta anos tem se preocupado em mostrar a influência que o ambiente exerce sobre o comportamento humano. Ao estudar esse comportamento dentro do contexto das conjugalidades depara-se com o controle proveniente das interações e torna evidente a prática coercitiva nos relacionamentos conjugais. Em relação a este tipo de interação, pode-se afirmar que o controle exercido por ambos os parceiros na relação é real e deve ser visto de fato como produto das práticas culturais em que se vive, onde as várias mudanças ocorridas na sociedade são diretamente experiência das pelos cônjuges. A cada época uma nova lei, uma nova realidade, novas maneiras de se viver e de se relacionar são presenciadas. O presente estudo teve como objetivo descrever padrões comportamentais presentes nas relações conjugais com foco no controle coercitivo. Participaram deste estudo 124 pessoas, sendo 62 homens e 62 mulheres, com idade entre 18 e 67 anos. No momento da coleta, todos os participantes se encontravam casados, com tempo de casamento entre 04 meses a 40 anos. Os participantes foram escolhidos aleatoriamente e a coleta de dados foi realizada em duas etapas, sendo que para a primeira etapa foi elaborado um protocolo para o grupo masculino e outro para o grupo feminino, conforme Gray (2008) com aplicação individual. Em seguida, foi realizada uma análise de conteúdo levando em consideração as respostas de grupo para cada uma das sentenças apresentadas aos participantes. A partir dessas análises foi elaborado um protocolo fechado em escala Likert, tanto para o grupo masculino quanto para o grupo feminino, contendo 22 sentenças, sendo 11 focando comportamento de esquiva e 11 o comportamento de fuga, com cinco alternativas de resposta: concordo, concordo totalmente, não se aplica, discordo e discordo totalmente. Os resultados demonstraram que a prática coercitiva está presente nas relações conjugais como manutenção do controle de ambos os cônjuges. Os dados demonstraram que para o grupo masculino ocorreu mais evidências de comportamento de esquiva que os apresentados pelo grupo de mulheres, onde esse grupo demonstrou uma alta variabilidade nos tipos de respostas. Pode-se concluir que para os homens o comportamento de esquiva está mais presente em nossa cultura sendo que para as mulheres o contra controle pode ser uma explicação para a variabilidade nas respostas e isso pode ser justificado pela condição em que mulheres são criadas em nossa cultura dificultando aprendizado de fuga e esquiva.

Palavras Chaves: relacionamento conjugal, controle aversivo, análise do comportamento